quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Minha Condução

Não aguento mais essa situação
De chegar todo suado do azulão
Desço sempre triste e amarrotado
Culpa desse ônibus lotado.

Passo 30 minutos em pé esperando
E as vezes, ele acaba não parando.
Tá tão lotado que ele me esquece
Só pára quando alguém desce.

É uma tremenda confusão
Não posso nem tirar meu pé do chão
Não consigo lugar para me segurar
Pois não tem mais lugar para, a mão, colocar.

Para quê pago a condução?
Se não me dão apenas uma opção.
O azulão termino pegando
Porque não existe outro, na minha linha, passando.

Mas nem sempre consigo chegar,
Pois quando está muito lotado ele resolve não parar.
Oh! Situação do inferno!
Por isso, com a van eu alterno.

Agora, pretendo perguntar
Que alternativa é essa inventaram de criar?
Como é que criam esse transporte alternativo
Se ninguém tem lugar cativo.

Quase não existe onde sentar
Muito menos ferro para se segurar.
É queda na certa,
Ainda mais quando a porta está aberta.

Esse é o meu transporte coletivo
Feito de ônibus e alternativo
Não importa em qual eu vou chegar
Eles irão me decepcionar.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Quando comecei a falar

Nem todos os dias são iguais
Uns felizes, outros infelizmente.
Coisas de indivíduo sapiente
Ao relembrar da vida e seus anais.

Dizia que não faria isso, jamais.
Me pego fazendo sempre, atualmente.
Está enraizado aqui na mente
Me livrar disso, nunca mais.

Atrevo-me, agora, a falar na certeza
Pois perdi muito, talvez tudo
Desde que abandonei a pureza.

Divertia-me com minha destreza
De fingir-me ser apenas um mudo
Como era divertido, uma beleza.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Esperar sentado

Quero mais que tudo exploda
Chega de ouvir todos reclamando
Chega de ouvir alguém chorando
Vou sentar e tomar uma soda.

Não ligo mais se querem brigar,
Discutir política ou movimento social
Saí dessa, não quero ser o sujeito ideal
Quero apenas parar e sentar.

O mundo é habitado por 6 bilhões
Não sou herói, muito menos salvador
Nem mato a fome, muito menos curo a dor.
Por isso, não me venham com seus sermões.

Parei de correr atrás da vida,
Se ela quiser algo de mim, que venha
Pode furar a fila, sem senha
Afinal, ainda é querida.